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BRASÍLIA, ARQUITETURA E VIDA PÚBLICA: O Eixão como objeto de estudo.

PROBLEMA

   "Grande atenção tem sido dada, ultimamente, aos espaços públicos urbanos. Como locais de potencial exercício da cidadania, fundamentais para o estabelecimento de uma sociedade mais tolerante e menos desigual - e para a manutenção de uma cidade mais viva, dinâmica, sustentável, saudável e segura -, devem convidar e acolher o maior número de pessoas as mais diversas, pelo maior período de tempo possível. Dessa forma, neles poderá florescer a vida pública: o conjunto das ações, programadas ou não, protagonizadas pelos indivíduos nos espaços públicos. Em uma palavra: urbanidade. Urbanidade, no dicionário, tem relacionados a si apenas valores importantes ao bom convívio em sociedade: “cortesia, civilidade, afabilidade” (FERREIRA, 1986, p. 1741) e, segundo Holanda, representa um dos “valores universais mais caros à sociedade democrática”, sendo relacionada à “intensa participação na vida secular, livre manifestação de diferenças e de sua negociação” (2002, p. 130). 
   A busca pela urbanidade e de espaços públicos que a viabilizem é algo desejável na vida de qualquer sociedade. No entanto, inspiradas por ideias desenvolvidas a partir da crítica às grandes aglomerações humanas das cidades pós-Revolução Industrial, cidades ao redor do mundo passaram por transformações que fizeram justamente o contrário. Uma série de lugares sem vida começou a surgir, e vários estudiosos, então, começaram a buscar entender porque isso estava acontecendo.  
Os estudiosos da urbanidade constataram que apenas ter a intenção de fazer um lugar vivo não era suficiente, que era preciso proceder à observação atenta do comportamento das pessoas nos espaços públicos para compreender a relação entre sua configuração e sua utilização. O conhecimento construído por eles foi o grande responsável pelo aumento da preocupação com espaços públicos que favoreçam a urbanidade, o que se pode observar desde a década de 1960. 
   No entanto, mesmo com tanta informação disponível sobre a relação espaço público/vida pública, com todo o belo, inspirador e variado repertório disponível e toda a facilidade com que a informação hoje transita pelo planeta, ainda é possível encontrar, em qualquer cidade contemporânea, espaços públicos inadequados para apoiar a vida pública, e, em várias delas, pouco ou nada é feito para torná-los mais atraentes, seguros, adequados, diversos, agradáveis para o cidadão. Pior: espaços assim continuam sendo criados. Em Brasília isso não é diferente. 
   Na perspectiva de se oferecer conhecimento científico para alterar esse panorama, vem este projeto de pesquisa. Ele foi estruturado a partir da tese de doutorado “Ao desocupado em cima da ponte. Brasília, arquitetura e vida pública”, defendida em 2012 no programa de pesquisa e pós-graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília."

OBJETIVOS

"O objetivo geral da pesquisa Brasília, arquitetura e vida pública é produzir e oferecer conhecimento sistematizado sobre configuração e uso dos espaços públicos existentes de Brasília –– aqui entendida como todo o Distrito Federal – para subsidiar intervenções que os tornem mais atraentes, seguros, diversos, agradáveis e adequados às práticas de seus cidadãos, e disseminar o conhecimento do tema de forma a permitir que novos espaços públicos sejam mais adequados à vida pública.
O objetivo geral do tema - O Eixão como objeto de estudo - é construir um entendimento do impacto desta rodovia no ir e vir de seus cidadãos e na restrição que ele impõe ao seu raio de vizinhança. A quase totalidade das pesquisas realizadas até hoje sobre o Eixão tem como foco a segurança viária. Esta pesquisa busca lançar luz sobre o problema do direito à cidade."

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(61) 99177.7807 

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